Para quem acompanha o blog, não é novidade alguma a ânsia que eu possuía em reduzir as despesas com transporte. Antes de casar, minha esposa já possuía o carro dela. E eu, o meu. Quando juntamos as panelas, acabamos ficando com estes dois fardos em nossas vidas. Foi então que aos poucos fui mudando meu pensamento sobre ter dois automóveis. Eles não estavam facilitando nossa vida! Estavam corroendo o patrimônio de pouquinho em pouquinho...
A decisão que tomamos não foi fácil, os pais e a sociedade em geral, pensam que por estarmos vendendo um carro, estaríamos passando necessidades. Porém, muito pelo contrário, nunca estivermos tão bem financeiramente. E cada dia mais que passa, percebo que a sociedade é burra, do ponto de vista financeiro. Sempre fazem péssimas escolhas, é um Ourocap, é empréstimo consignado, é cheque especial, são 5 cartões de crédito...
Estou concluindo que realmente existe um efeito manada na sociedade em que vivemos. Se afastar desta manada é essencial para manter a sanidade. Senão, entramos na loucura do consumo desenfreado.
Voltando ao assunto principal do texto, tentei vender o meu veículo alguns meses atrás mas o mercado estava péssimo. Conversei então com minha esposa e resolvemos fazer um teste com o carro dela. Ora, um automóvel 20 mil km mais novo, usado somente por ela e popular (com preço bom, menos de R$ 25.000,00 na FIPE).
Encontramos a fórmula mágica!
Em menos de 10 dias o carro estava vendido. E na faixa de preço que queríamos. Tínhamos, então, que decidir o que fazer com o dinheiro. Eis as opções disponíveis:
1) Investir no Tesouro Direto SELIC;
2) Quitar o financiamento estudantil dela (3.4% ao ano);
3) Amortizar o financiamento imobiliário (C.E.T. 9.9% ao ano).
Como o carro era um bem que foi adquirido antes do casamento, eu não queria influenciar nesta decisão. Mas, como ela pediu minha opinião, resolvi dividir a mesma de duas formas:
- Do ponto de vista emocional, quitar um empréstimo estudantil é uma opção viável. Afinal, é o sentimento de ter menos uma dívida, menos uma obrigação mensal. A parte ruim é que o desconto seria de somente R$ 1.500, por conta dos juros tão baixos;
- Do ponto de vista racional, o imóvel é a decisão mais inteligente. Basta verificar as taxas de juros. Ganharíamos tempo, de 330 meses para 237 meses de dívida. Porém, iríamos continuar com duas dívidas, o débito estudantil e o imobiliário.
Não considerei investir o dinheiro uma opção que fizesse sentido. Não faz muito sentido investir possuindo dívidas de longo prazo. Nesse caso, não fiz recomendação nenhuma. Apenas comentei que o TD SELIC seria melhor que a poupança (ela é bem conservadora).
No final das contas, ela decidiu que deveríamos amortizar o apartamento. E foi, de longe, a melhor decisão possível! Ganhamos 93 meses a menos de dívida! E de quebra, nos livramos do passivo destruidor de patrimônio! Já são quase 20 dias usando somente um veículo e está sendo totalmente viável.
De vez em quando rola uma carona, um uber ou um ônibus. E estamos nos virando dessa forma. No final do mês, irei colocar todos os gastos com transporte no papel, para ter uma ideia de quanto estamos economizando.
Para finalizar, uma reflexão de como o ser humano é engraçado. Vendem a ideia de que precisamos de um carro para ter liberdade. Logo que me formei, fiz a cagada financeira de comprar um zero km financiado. Sim, tinha assinado um documento que não me deixaria livre tão cedo.
E, 10 anos depois, senti a verdadeira sensação de liberdade, sentado em um ônibus que me deixou praticamente na porta de casa.
Grande abraço!
Boa Frugal. Se livrar das dívidas é o primeiro passo rumo a um futuro melhor financeiramente. Evitar fazê-las é ainda melhor, menos no caso do financiamento estudantil já que teoricamente isto é um investimento com retorno . Abcs
ResponderExcluirOlá AA40, você tem razão! Crédito estudantil custa muito pouco para o retorno que ele proporciona. Basicamente, um retorno para a vida inteira.
ExcluirAbraços!
Decisão muito inteligente vender um carro para quitar parte da divida do imóvel. Além disso ainda pouparam em IPVA, seguros, gasolina, manutenção e outras coisas.
ResponderExcluirAbraço!
Olá DIL, calcule os gastos disso tudo, multiplicando por 2. Tomamos a decisão certa! Abraços!
ExcluirDependendo de onde se more no Brasil, um carro pode, sim, trazer mais comididade. Mas, para quem mora em grandes centros, com uma rede de transporte público bem estruturada, além do Uber mais presente, já não faz mais sentido. O melhor de tudo é eliminar uma linha do passivo.
ResponderExcluirBoa noite SF, os grandes centros possuem a mobilidade mais facilitada, porém temos alguns problemas, como por exemplo, sucateamento da frota e falta de segurança. Agora, com o advento dos aplicativos, tudo ficou muito mais fácil. O fato de pagar as corridas todas no cartão de crédito é sensacional! Evita o risco de andar com dinheiro no bolso e ainda acumula milhas.
ExcluirVou add vc no blogroll, gostei muito dos seus textos. Até mais!