Trabalhar na área de saúde é massante. Na realidade, lidar com saúde pública no Brasil é bem complicado. É nadar contra a correnteza praticamente todos os dias. Basta verificar os tele-jornais, diariamente tem alguma merda acontecendo. Tem aqueles dias em que faltam insumos, em outros dias nos deparamos com a falta de estrutura digna para desempenhar nossas atividades e tem aqueles dias em que o que falta mesmo é noção e um pouco de vergonha na cara dos funcionários públicos.
Porém, vamos deixar para esculhambar o SUS em outra ocasião. Bora falar um pouquinho sobre qualidade de vida?
Não sou nenhum novato na minha área. Já são quase 13 anos de formação acadêmica. E desses longos anos, pelo menos, 7 anos de plantões noturnos. São 7 anos de noites de sono perdidas e de jornada dupla de trabalho... E como não tenho mais meus 23 anos, estou começando a sentir no meu corpo o peso disso tudo.
Já é comum sentir um pouco de enxaqueca no dia seguinte aos plantões. Afinal de contas, no dia seguinte ainda tenho uma jornada de 6 horas para levar pela frente. Já ando carregando analgésicos comigo, exatamente para os dias em que a dor bate um pouco mais forte. Vejo colegas com seus 50-60 anos fazendo plantões noturnos até hoje e me pergunto que merda de vida é essa que eles levam. É uma merda mesmo amigos, hospital não é fácil, independente de qual setor você esteja trabalhando, é sempre estressante.
Estou com menos de 40 e já ando no limite. Tudo que eu não quero é esse tipo de vida para mim. E eu me conheço, não vou conseguir ficar quieto enquanto não mudar essa situação a qual estou passando. Como não posso me dar ao luxo de largar algum emprego nesse momento, comecei a pensar nas alternativas que teria ao meu redor.
Lembrei, então, que uma colega de trabalho é coordenadora em outra unidade. Relatei à ela a minha insatisfação atual, queria mais proximidade dos dois empregos (sim, um hospital fica no sul e outro, no norte), queria sair dos plantões noturnos, enfim, gostaria de ter minhas noites de sono de volta.
Ela me deu um pouco de esperança. Disse que iria conversar com o superior e entraria em contato comigo se desse certo. Nossa, e se desse certo? Estaria trabalhando manhã e tarde, distância de 15 minutos andando de um vínculo para o outro e teria minhas noites de volta.
Pela proximidade, poderia até vender meu carro. Ele perderia totalmente o sentido, E porra, como quero me livrar desse automóvel. Esse mês que passou foi o seguro. Daqui a pouco será a revisão. Início do ano, será pneu. Caramba, alguém fecha essa torneira aberta de dinheiro...
Enfim, não custa sonhar, espero muito que dê certo!
Um grande abraço e até mais!
É frugal, essas pessoas que citou terem 60 anos e estarem direto em horários exorbitantes, duas explicações, uma que seria por estarem endividados, logo procuram o máximo de tempo em plantões pra refletir em maior remuneração, outra seria problemas em casa com a família, que faz muitos preferirem estar no trabalho (acredito, conheço muitos assim no serviço policial).
ResponderExcluirPor isso a importância de você guarda pelo menos 10% do que ganha e gastar apenas em coisas que necessite a fim de não se tornar escravo do trabalho, e escolher bem a parceira que irá conviver ou amigo que não te tragam trabalho e chateações.
Abraço do Norte e Boa Sorte.
Olá Lobo Branco, infelizmente, dinheiro não aceita desaforo e utilizar ele da forma errada durante toda uma vida, resulta exatamente nisso.
ExcluirPercebi também que as pessoas da minha geração estão mais focadas em qualidade de vida do que em viver afogado na lama das dívidas.
Os filhos costumam a vir mais tarde, após a aquisição da casa própria e de conquistas pessoais e profissionais. Não o oposto, como eu vi na geração dos meus pais.
Sucesso, até mais!
"Dinheiro não aceita desaforo": que frase profunda & bela! Se o pessoal de 60 anos tivesse absorvido seu significado ainda na juventude, não estaria abrindo mão do sono à noite nessa idade.
ExcluirFala, AF. Torço para que dê certo e consiga o emprego no local mais propenso.
ResponderExcluirEu também não quero chegar à velhice e ser obrigado a trabalhar como um escravo, por isso aporto todo mês em busca da tranquilidade financeira.
Carro é um devorador de orçamento, mas eu não consigo ficar sem, gosto pra caramba de dar uns rolê e pegar estrada...
Abraço e sucesso!
Olá IC, tudo bom? Sobre a mudança do local, não tenho muitas esperanças. A colega não está se esforçando para que isso aconteça. E como não costumo a puxar o saco de ninguém, vai ficar assim mesmo.
ResponderExcluirSobre o carro, tenho boas novas, irei atualizar a situação em breve.
Grande abraço e sucesso!