Pular para o conteúdo principal

Estudando os colegas de trabalho

Como comentei no meu primeiro post, minha fonte de renda provém de dois vínculos. Cada vínculo possui uma certa particularidade, tanto em relação ao trabalho em si, quanto em relação às pessoas.

Não irei focar no trabalho, hoje irei falar sobre as pessoas. Notei algo bem interessante e que vale a pena compartilhar com vocês.

No vínculo 1, possuo colegas de trabalho na faixa de 35-45 anos. Casados e com filhos em sua grande maioria. Possuímos alguns PCs para ajudar a desempenhar nossas atividades profissionais. E não raro, utilizamos para lazer no tempinho vago.

É comum ter sites como submarino, mercado livre e diversos outros sites de compras salvos na barra do navegador. Dificilmente converso sobre investimentos com os colegas do vínculo 1. 

Muitos deles reclamam do governo, da inviabilidade da reforma da previdência, acham que a aposentadoria deve ser responsabilidade do Estado. E é comum efetuarem o pagamento de imposto de renda de forma parcelada (pagando juros).

Agora, vamos falar do vínculo 2. Neste local, a faixa etária é de 25-35 anos. Nem todos são casados. Poucos já tem filhos. Não costumo encontrar sites de compras no histórico. Pelo contrário, vira e mexe tem uma página de corretora salvo nas navegações.

A conversa sobre investimentos é mais fluída. A grande maioria possui algum pé de meia. E de certo modo, eles já perceberam que a previdência do governo é furada e que devem ter um plano B.

A respeito do imposto de renda, alguns ainda parcelam, outros pagam à vista. Mas, somente o fato de ter pessoas que paguem à vista, já demonstra que os colegas possuem educação financeira. 

O pagamento do IR é uma bola de neve, se você parcelou no ano corrente, certamente irá parcelar nos próximos anos. Pois, não terá tempo hábil para se preparar pro ano seguinte. E quem parcela, paga juros. Já dói no bolso pagar IR, imagine com juros...

Basicamente vivo entre duas populações totalmente distintas. De um lado temos a massa consumista que prefere pagar juros, que financiou casas e apartamentos de valores altíssimos e que acha que o governo deve ser o responsável pela sua aposentadoria.

Do outro lado, a pequena massa poupadora. Aqueles que preferem receber juros do que pagar. Que entendem que quanto menos dependermos do governo, melhor. Que moram em lugares mais simples e antecipam a quitação do imóvel, pois sabem que não vale a pena sustentar banco.


E minha realidade não deve ser muito diferente da realidade de vocês, leitores. Como se comportam as pessoas ao seu redor?

Um grande abraço e até a próxima!

Comentários

  1. Eu sou daqueles que prefere receber juros e principalmente proventos (dividendos, e alugueis dos FIIs ambos isentos de IR).

    Acho que a mentalidade das pessoas mais novas esta a mudar, estão a começar a entender a importância da educação financeira, de ter um planejamento de despesas, e do investimento, para melhorar suas vidas.

    Abraço e bons investimentos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo com você DIL, o interesse é muito maior desta geração mais nova!

      Abs!

      Excluir
  2. Aqui onde eu trabalho existe os dois tipos de pessoas, mas a maioria são pagadores de juros.

    Abraços.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pagar juros virou uma expressão que não existe mais no meu dicionário. Abs, cowboy!

      Excluir
  3. Por que existe uma diferença tão grande assim entre os amigos dos dois vínculos? Acha que é só a idade? Alguém do grupo que exerce influência? Nível de escolaridade?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sr. Bufunfa, creio que seja a mentalidade dos mais novos. O grande diferencial desta nova geração é o fácil acesso à informação.

      Meus pais até hoje acreditam que previdência privada é um bom investimento.

      Creio também que as pessoas hoje em dia demoram muito a ter filhos, esperam estar mais estáveis. E quando tem, é somente 1 ou no máximo 2.

      Vou abordar mais este assunto no futuro. Abraços!

      Excluir
  4. Rapaz, parece o muro de Berlim. Duas realidades bem diferentes rsrs

    Mas creio que seja cabeça dos mais jovens mesmo. Se bem que mesmo assim, muito jovens hoje só querem gastar e consumir o que os pais oferecem. Lamentável.

    Grande abraço FA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá DP, isso é verdade. Muitos estragam a chance de iniciar o acúmulo de patrimônio desde cedo, quando possuem menos contas e ainda tem auxílio dos pais.

      Eu mesmo, fui um desses. Pelo menos consegui abrir os olhos a tempo.

      Abraços!

      Excluir
  5. Pois é FA,
    no caso vivo na realidade em que a maioria possui inúmeras dívidas, os que poupam acham absurdo tentar poupar bastante (além daqueles 5 ou 10% que te deixarão muito ricos....) e os raríssimos casos de quem realmente busca fazer um pé de meia.

    No funcionarismo público a estabilidade, por via de regra, é como um cancro, que afeta a grande maioria das pessoas...

    Abc

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá FPI, tudo bem? Sua observação é bem pertinente. Funcionários públicos, em sua maioria, são imediatistas. A estabilidade e a facilidade de crédito detonam com o orçamento.

      É preciso ter o pé no chão, antes que ele afunde totalmente na lama.

      Abraços!

      Excluir
  6. Interessantes observações.
    Não deixa de ser um retrato próximo da realidade.
    Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Achei muito interessante o posicionamento financeiro de uma geração de 5-10 anos depois.

      Abraços Uorrem!

      Excluir
  7. Digo a você que meu maior erro nos investimentos foi tornar público para colegas de trabalho sobre o que eu estava estudando...Estou no processo inverso agora, tentando dizer que "já vendi tudo e estou fora da bolsa"... Tudo pra evitar dor de cabeça. Melhor coisa é ser investidor invisível socialmente! Abraços

    ResponderExcluir
  8. excelente. aqui a maioria é gastador.

    abç!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Blog entrando em stand-by

Cada vez tenho mais certeza que meu mundo não é aqui na blogosfera de finanças. Viver a pandemia e perceber que a maioria dos blogueiros estão mais preocupados com dinheiro do que com a saúde, me levou à esta conclusão. Ainda penso em continuar minha postagens, talvez com um nicho que eu me identifique mais. E quem sabe consiga rentabilizar um pouco. Tenho algumas ideias, vamos ver se dará certo, falar menos de coisas pessoais e lidar com algo mais profissional. Sobre saúde, muitos parentes doentes e, infelizmente, dois óbitos dentro da família. Eu e minha esposa também adoecemos. Porém, o pior já passou. Muito difícil não se contaminar quando vivemos dentro do ambiente hospitalar. Estou com sinais de stress, percebi nos últimos dias, uns espasmos nas pálpebras. Situação bem ruim, que eu espero melhorar com o passar dos dias  Ando procurando paz e tranquilidade, devo colocar meu primeiro imóvel para venda dentro dos próximos dias. Cansado de lidar com inquilinos proble

ETF's no Brasil: o seu guia definitivo

Este texto tem como objetivo auxiliar os novos CPF's da Bolsa de Valores. No final de 2018, éramos apenas 800 mil investidores (pouco, perto de uma população de 210 milhões de brasileiros). Em outubro de 2019, subimos para 1,5 milhão de investidores (o dobro, praticamente). Existem diversos fatores que levaram a esse aumento expressivo, dentre eles, podemos elencar: - Queda da taxa SELIC, atingindo fundo histórico de 4,5 % ao ano; - Aprovação da reforma da previdência e expectativas de mais reformas; - Expectativas também do fim da guerra comercial entre EUA e China; - Taxa de desemprego seguindo em queda. Dentro deste cenário, o investidor brasileiro precisou se mexer. Quem investia em 2015/2016 conseguia retornos expressivos sem correr muitos riscos, visto que a taxa SELIC estava em 14,25% ao ano. No cenário atual, os investimentos não estão mais tão simples assim. Quem busca uma rentabilidade um pouco mais elevada precisa correr mais riscos. É o prêmio risco

COVID-19 e o que penso a respeito

Colegas, estamos diante de dias tenebrosos. Não estou me referindo à bolsa de valores. A B3 é só a cereja do bolo do estrago que iremos vivenciar nos próximos meses.  Queria muito ser otimista nesta hora mas é um exercício muito difícil. Se vivêssemos num país organizado e com pessoas educadas, talvez meu sentimento fosse outro. Porém, vivemos no Brasil, um país recheado de favelas em que os cidadãos não possuem nem acesso ao mínimo de saneamento básico. Vamos tentar imaginar o seguinte cenário para os próximos dias: - A crise sanitária irá se intensificar. Já são quase 300 mortos e este número irá aumentar. Aumentar muito. Os testes não estão sendo realizados da forma correta, certamente temos mais mortos e mais casos do que o Ministério informa. - O isolamento social é a melhor forma de prevenção no momento. Pelo menos enquanto não for produzida nenhuma vacina ou descoberto algum anti-viral eficaz contra o vírus. Com isso, a renda de todos os brasileiros será afetada