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Evolução do patrimônio (2017-2019)

Bom dia colegas de finasfera. Como estamos? Aproveitando a folguinha do trabalho para atualizar este blog. Decidi comentar um pouco sobre a evolução do meu patrimônio. Gosto de utilizar esta métrica, principalmente para imaginar o longo prazo. E também como forma de auto-avaliação, de 2017 para cá, muita coisa aconteceu. A vida caminha. Os objetivos mudam. 

Irei começar por Janeiro/17, primeiro mês em que botei na planilha quanto eu possuía efetivamente de patrimônio líquido. Naquela época eu possuía um veículo que custava mais da metade do apartamento em que vivia.  O mesmo carro que possuo hoje porém, como a depreciação era menor, ele valia mais dinheiro. 

Em 2017 eu estava engatinhando nos investimentos, possuía dinheiro na poupança, no Tesouro Selic, CDB's de liquidez diária e um pouco de Tesouro IPCA+. Era a carteira ideal para quem está começando nesse mundo. Ganhando uma merrequinha mais que a poupança enquanto estudava sobre o assunto.

Naquele ano eu já estava com o carro quitado, tinha passado 1 ano e meio focado em quitar o financiamento dele. Reduzindo os juros que pagaria pela metade. Seguindo a cartilha do investidor-aprendiz, começando pela quitação das dívidas mais caras. 

Naquele início de ano, eu possuía R$ 106.000,00 de patrimônio líquido. Eu tinha R$ 166.000 de ativos porém minha dívidas eram na faixa de R$ 60.000. Apesar de saber que o carro é um passivo, para efeitos de patrimônio preciso considerar o mesmo como ativo. Afinal, ele vale dinheiro. Das dívidas que possuía R$ 50.000 era de dívida imobiliária. 

Nada mal para quem estava iniciando. Vamos viajar agora para Janeiro de 2018:

Um ano depois, já casado, juntamos todo nosso patrimônio na planilha. Minha esposa tem a cabeça muito boa para dinheiro e pensamos, de certo modo, igual. Ela tem um perfil frugal mais forte que o meu. A admiro bastante por isso. E esse é um ponto-chave para o sucesso do casamento. Teríamos muitos conflitos se ela fosse gastadora, o oposto da minha pessoa.

Segundo a planilha, naquele tempo possuíamos R$ 160.000,00 de patrimônio líquido. O financiamento imobiliário estava em apenas R$ 18.000. Focamos bastante nele durante o ano de 2017. E mesmo assim, ainda consegui investir R$ 19.000 em Fundos de Investimento Imobiliário. Geralmente quem inicia na renda variável, começa pelos FIIs, concordam? A menor volatilidade (em relação a ações) e os proventos livres de imposto de renda são vantagens que não podem ser ignoradas.

Na planilha acrescentamos dois novos itens. O carro da minha esposa (já quitado, valendo R$ 24.000) e a sua dívida estudantil em R$ 27.000. A soma das dívidas - estudantil, financiamento imobiliário e parcelamentos de cartão de crédito - somavam a quantia de R$ 60.000. O carro dela entrou como ativo na planilha, pois a venda vale dinheiro.

O ano de 2018 foi um ano de muitas mudanças, em pouco meses quitamos o financiamento do apartamento em que morávamos. Para isso mexi num pequeno saldo de FGTS e nos FIIs que tínhamos na carteira. Queríamos muito mudar de apartamento, eu principalmente. Nosso bairro era um pouco distante do meu trabalho, o trânsito agoniante nos horários de pico e o próprio condomínio não nos agradava mais.

Por conta da mudança, todos os aportes entraram em stand-by. Até conseguimos aproveitar alguns móveis do apê antigo, mas mesmo assim, tivemos que desembolsar com móveis novos. O móveis que não puderam ser aproveitados ficaram no apê antigo, como forma de valorizar o aluguel.

Além disso, novamente focamos em diminuir a dívida, visto que, nossa taxa de juros era mais alta que do financiamento antigo. Lembro que até tentei montar uma carteira na época porém o período eleitoral fez com que eu tirasse a grana da bolsa e colocasse na nossa dívida de tijolo.

O cenário político estava muito nebuloso naquela época.  E nenhum investimento seria capaz de barrar a taxa da nossa dívida. Hoje o IBOV bate recordes diários, mas eu não tenho (nem tinha) bola de cristal. Optei pela opção mais certa e segura.

Morando em um novo endereço e mais próximo do trabalho, não existiam mais motivos para ter dois carros em casa. Vendemos um dos carros pelo valor da FIPE da época. O carro deixou de ser um passivo e entrou na planilha de ativos como amortização extraordinária.

Infelizmente não possuo nada planilhado do início deste ano. Como disse, estávamos focados em outros planos. Então irei atualizar o patrimônio para este mês, Dezembro/19:

Líquido em números temos R$ 220.000. Nossa carteira de investimentos continua pequena em apenas R$ 18.000. O mesmo carro custa somente R$ 37.000 (e sim, a FIPE já esta descontada em 15%).  Temos agora um imóvel quitado que mantemos alugado, a última oferta de compra foi valor de R$ 95.000. Então creio que o valor de mercado  dele seja nessa média. Sobre o apartamento atual, já amortizamos mais de R$ 60.000.

Porém, ainda temos uma dívida de R$ 198.000. Parece muito dinheiro (e é! rss), mas temos FGTS acumulado, temos outro imóvel, se um dia as coisas apertarem, podemos vender o apê antigo, usar FGTS, vender carro, enfim, existem opções. Temos também a dívida estudantil em R$ 19.000. Percebi que já passei da época em que perdia noite de sono por conta de dívida. Talvez por conta do que já acumulamos em termos financeiros, possuímos uma certa segurança.

Sobre o apartamento antigo, ele nos fornece um cap-rate de 9,4% ao ano. Claro que ainda falta deduzir muita coisa desse percentual, mas mesmo assim, ainda fica atrativo, ainda mais nesse cenário de queda de juros. Um dia ainda faço um texto específico sobre ele, focando no valor que ele agrega.

Chegamos ao final do texto com esse gráfico de evolução patrimonial:


A evolução entre 2018 e 2019 foi bem lenta, mas como disse no início do texto, os objetivos mudam, a vida caminha, o importante é ser feliz, viver bons momentos com a família, trabalhar com algo que lhe dê prazer e que permita uma agenda um pouco livre. Aporte sempre que possível, se tiver muitas dívidas, foque nelas primeiro mas sempre estude um pouco sobre investimentos.

Tenho certeza que quando chegar em 2027, não quero apenas olhar uma evolução brutal de patrimônio mas quero ter certeza que vivi da melhor forma possível, fazendo as coisas que gosto, as viagens inesquecíveis que gostamos de fazer, sempre colocando na balança o tempo para o trabalho e o tempo para o lazer.

Falamos bastante sobre dinheiro no texto mas no final concluímos que ele não significa nada se você não está feliz. Poderia ter acumulado mais? Certamente! Eu estaria mais feliz assim? Acredito que não.

Um feliz 2020 e muito sucesso para todos nós!



Comentários

  1. Estas análises anuais são mais legais que as mensais. Dá para ver com mais clareza a tendência das coisas. Está indo muito bem!

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  2. Ola Bufunfa, é muito bom mesmo! Queria ter dados anteriores a 2017, infelizmente não possuo. Bola pra frente, então :)

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